Atrizes
interpretam lados diferentes de uma mesma mulher no espetáculo que está em
cartaz no Teatro do Leblon
PATRÍCIA TEIXEIRA
Rio - Elas têm a mesma opinião quando dizem que um amor perverso é
aquele que faz sofrer. Mas divergem em várias outras questões, graças à
personalidade forte de cada uma. Já dá para imaginar a explosão de ideias que
acontece numa coxia que tem Helena Ranaldi, Regiane Alves e Claudia Ohana
juntas. Uma mais ponderada, a outra mais questionadora e uma terceira que anima
a todos com seu senso de humor. O que importa é que essa fusão deu liga e que
as três atrizes estão mais unidas do que nunca por conta do espetáculo ‘Amor
Perverso’, com apresentações toda terça e quarta-feira no Teatro do Leblon.
Tem um clima muito bom na coxia. Cada uma tem um jeito, uma
personalidade diferente, mas as nossas energias conversam entre si. Essa troca
que é importante”, diz Helena Ranaldi. Regiane Alves, que está voltando ao
trabalho após seis meses do nascimento de seu primeiro filho, João Gabriel,
concorda com a colega. “Sabemos nos respeitar. Tem dia em que a pessoa está
bem, outro em que está mal. Mas estamos todas no mesmo barco.”
Na trama da chilena Inés Margarita Stranger, as atrizes interpretam uma
mesma mulher, com três lados sentimentais bem diferentes. Claudia Ohana é o
lado firme, mais racional. Regiane é a romântica e Helena, a frágil, mais
dramática. “A peça é sobre uma mulher que vive uma história de amor e, aí,
começa a refletir se continua ou não na relação que tem. O texto se aprofunda
nas dores, perdas, amores e mostra que as pessoas podem se reinventar, se
superar”, explica Helena.
Não é uma peça de mulher para mulher, como aquele slogan da marca
Marisa. O homem também passa por esse tipo de conflito, tem medo de largar a
pessoa com quem está. Eu começo a peça dizendo que quero enfrentar a solidão e
o luto. Terminar é dolorido. A mulher pensa bastante antes da decisão e o homem
costuma largar uma quando já tem outra”, diz Claudia, aos risos.
“Coincidentemente, fiquei com a romântica. Ela fica esperando o cara
independentemente de qualquer coisa. Ela quer sempre fazer acontecer”, avalia
Regiane, que diz estar “vivendo um momento tão de amor que fica tudo mais
fácil”. Mas se o amor é universal, o sofrimento por ele também há de ser.
Afinal, todas as três atrizes já deitaram a cabeça no travesseiro e derramaram
lágrimas por conta de um amor perverso.
“Já sofri por amor, claro. Mas quero continuar amando até morrer, mesmo
que eu sofra de novo”, enfatiza Helena. Claudia também embarca na onda da
colega. “Fiquei 10 anos sem conseguir amar. Até gostei de algumas pessoas, mas
amar é outra coisa. É muito difícil amar alguém depois de uma perda, um trauma,
mas não significa que a gente não possa brincar nesse período”, diverte-se.
Mesmo que a dor seja grande, o que vale é recomeçar, acreditam as atrizes.
“Sempre fui otimista em relação à vida, sempre tento ter um olhar positivo
também nas relações”, completa Regiane.
Se depender delas, esse encontro nos palcos pode render bons frutos.
“Estamos muito empolgadas com esse projeto. Gosto muito da ideia de trabalhar
com as duas”, festeja Helena. “Recebi o convite ainda grávida e disse que só
poderia ficar se fosse no esquema do bebê. Todo mundo preparou o terreno para eu
me sentir bem e deu tudo certo. Tudo aconteceu na hora certa”, continua
Regiane. Inspirada com o espetáculo, Claudia ainda arrisca dicas para quem está
sofrendo por amor: “O medo atrapalha nas decisões. Peço sempre a Deus para me
dar paz e coragem. Antigamente, eu pedia sucesso e dinheiro. Isso eu também
quero. Mas se eu tiver paz e coragem, vou lá e corro atrás de todo o resto.”
Fonte: http://odia.ig.com.br/diversao/2014-11-04/regiane-alves-claudia-ohana-e-helena-ranaldi-brilham-em-amor-perverso.html - Publicado em 04/11/2014